Mesa inaugural: semana para refinamentos (por Leide Jacob)

  03, May, 2022

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A mesa inaugural, pilotada pelo Davi Giordano e encabeçada pela Denise Stoklos, contou com a participação da arteterapeuta Cristiane Moura e do artista Marcos Americano.

O Davi Giordano, diretor artístico do FIDS, apresenta o Festival com propriedade e segurança. Ao lado de Denise Stoklos, ele já desenvolveu inúmero projetos. Fala dela com tanto carinho e intimidade que dá orgulho. Espetáculo a parte, é de se emocionar.

A Cristiane escreveu em 1998 sua tese de mestrado “Solidão Anárquica”, foi o primeiro trabalho acadêmico realizado sobre o Teatro Essencial. O seu conhecimento teórico é complementado por sua experiência nos anos em que trabalhou com Denise, nas diversas turnês internacionais.

Marcos Americano é ator, diretor e autor. Ele também fez a abertura das apresentações solos de hoje, que aconteceu às 17hs, no horário que batizo de happy hour. Meu próximo texto.

O papo entre os quatro é uma viagem deliciosa pelos conceitos do Teatro Essencial, que tem como pilares “amor e liberdade”, denominadores em comum nas falas.

A Cristiane, em seu relato, descreve a sensação de estar em um abismo, onde há um vazio e o FIDS faz o resgate de sua essência, possibilitando a criação, com aprendizados e trocas.

O momento de conhecer e olhar o trabalho do outro, admirar cada proposta estética e os valores, potencializa o autoconhecimento, o entendimento de suas próprias habilidades, suas dificuldades. É se permitir a possibilidade de rir de si mesmo, ter o pensamento livre para se ver no outro. Ou seja, enquanto o outro está no palco, todos espectadores também estão em suas próprias dimensões. E, neste sentido, todos estão em cena.

Esta reflexão é tão potente, que mostra a importância do festival, das trocas por uma arte amorosa e libertária, do pensar o mundo em conjunto para uma sociedade mais humana.

Marcos Americano relembrou emocionado que a Denise e o Teatro Essencial deram um outro sentido à sua vida. Repetiu que o importante é ser inteiro em tudo o que se faz, que cada pessoa é única e tem sua própria história. Relatou que, diante de sua individualidade, percebeu que sua arte também poderia ser interessante, com características únicas. E essa autoconfiança faz a diferença.

Denise destacou que o FIDS é diferenciado, não apenas pelo uso dos conceitos do Teatro Essencial, mas também pelo requinte da qualificação. Completa ainda que um festival só faz sentido se oferece o refinamento da sensibilidade.

Semana intensa, fechada para refinamentos.