Multiplicidades (por Tina Andrighetti) - FIDS

Multiplicidades (por Tina Andrighetti)

  19, May, 2022

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Em todos os dias do Festival, um horário foi dedicado à apresentação de solo performances: um solo convidado – de aproximadamente 1 hora, seguido de solos curtos – de até quatro ou cinco minutos, selecionados pela Curadoria.

Praticamente num impulso escrevi sobre o solo de meu amigo Wallace, o único a quem eu dediquei esse espaço individualizado. É um trabalho maravilhoso, mas meu texto não se deu por preferência à sua performance e quem o ler   entenderá  a minha ação imediata.

Certamente alguns solos me tocaram ou me impressionaram mais que outros, por uma aproximação estética ou pelo tema, mas no geral todos foram incríveis e por isso torna-se dispensável listar preferências. Assim, cabe a mim aqui fazer referência aos diversos olhares sobre o mundo e os dias, sobre nossos interiores e formas de expressar a tudo isso, recorrendo a tecnologias ou não.

Passearam diante de nossos olhos corpos diversos, recursos surpreendentes de audiovisual, subjetividades delirantemente lindas e fartas em significados. Ainda impressionam as poéticas, cujos processos de criação parecem infindáveis.

Mas sejamos justos. Solos preciosos assistimos também no Palco Livre, naquele espaço em que rola de tudo, desde uma canção, uma poesia até bate-papos não planejados. E de repente, surge uma apresentação menos improvisada, ao vivo ou em vídeo e nos pega pelo estômago, pela singularidade com que se apresenta.

De fato, nesse tempo mágico discorreram humanidades. Dramáticas, necessárias, urgentes. Não faltaram cores, poesia, humor, tensão, paixão, crítica, criando linguagens que traduziram a forma de cada um e uma ler o mundo, na suas belezas e nas suas dores. Essa multiplicidade é arrebatadora, afirma a vida que queremos. E que felicidade exprimiam! Cada artista e cada trabalho, com seus matizes, deu “gracias a la vida” e na plateia fizemos coro a uma grande certeza: Nós somos um exército!