\u00c0s 22hs, do dia 06 de maio, sextou no Palco Aberto do 2\u00ba FIDS. Com circula\u00e7\u00e3o em picos, a sala chegou a ter cerca de 40 artistas interessados em experimentar e compartilhar obras. <\/p>\n\n\n\n
Carolina Leopardi Bastos<\/strong> foi a primeira. Solou ao vivo. Em cima de um tapete, com a cabe\u00e7a dentro da moldura de um quadro, repetia \u201cestou h\u00e1 tanto tempo aqui\u201d. Protestou com o tapete, que, no verso, exibia em letras grandes \u201cei vacina sus\u201d. Desenrolou-se. Circulou, deitou-se, fez movimentos com os bra\u00e7os e pernas, nadou. \u201cEstou h\u00e1 tanto tempo aqui\u201d. Carolina<\/strong> confessou que esta foi a primeira vez que apresentou este solo pelo zoom. Disse que est\u00e1 criando um espet\u00e1culo com influ\u00eancia do Teatro Essencial. Denise<\/strong> elogiou o figurino, a ideia do enquadramento, e disse \u201cv\u00e1 em frente\u201d!<\/p>\n\n\n\n A pr\u00f3xima foi a Laura Lavorato<\/strong>, que est\u00e1 sempre por aqui. Apresentou performance em v\u00eddeo. Com m\u00fasica forte, a personagem, duplicada pela tela bipartida, tira a m\u00e1scara, mostra a cara pintada de branco, coberta com uma rede. Sint\u00e9tico e intenso.<\/p>\n\n\n\n Saulo Schwartzmann<\/strong>, novo no peda\u00e7o, pegou o viol\u00e3o e cantou uma m\u00fasica do disco que est\u00e1 lan\u00e7ando neste ano. Falou da esposa, Carolina Tomasi<\/strong>, que \u00e9 escritora e tem um programa de entrevistas chamado \u201cnas vozes delas\u201d. Saulo<\/strong>, feliz, revelou que era seu anivers\u00e1rio. Cantamos parab\u00e9ns para ele. Momento fofo. <\/p>\n\n\n\n Ana Luiza<\/strong>, nossa produtora, pediu a palavra para falar do Ivan Ant\u00f4nio<\/strong>, o pr\u00f3ximo que se apresentou. Ela o convidou para esta noite e declarou-se f\u00e3. Poeta, m\u00fasico, diretor de teatro e criador do \u201cTeatro da solid\u00e3o solidaria\u201d, um m\u00e9todo que se utiliza da media\u00e7\u00e3o e resolu\u00e7\u00e3o de conflitos para promover inclus\u00e3o social por meio da arte, Ivan<\/strong> apresentou duas obras. Primeiro, um v\u00eddeo com trecho do espet\u00e1culo \u201cCan\u00e7\u00e3o dos condenados\u201d (foto em destaque<\/strong>), que come\u00e7a com um grito \u201cCondenados a morte por um crime que n\u00e3o cometemos\u201d. Os personagens est\u00e3o encarcerados. H\u00e1 uma grade entre eles e o p\u00fablico, com uma placa \u201ccondenados a morte\u201d. A filmagem foi em Guimar\u00e3es, Portugal. A obra \u00e9 uma campanha contra a pena de morte. Em sua segunda apresenta\u00e7\u00e3o, Ivan Ant\u00f4nio<\/strong> leu um poema que come\u00e7a assim \u201cAl\u00e9m da seca, h\u00e1 a seca …\u201d. Forte e emocionante.<\/p>\n\n\n\n Paulo Fisher<\/strong>, ousado, disse \u201ceste solo \u00e9 um fruto que nasceu deste encontro, me senti um percevejo na descoberta do FIDS\u201d. E assim, olhando para a c\u00e2mera, come\u00e7ou uma conversa sem emitir som, como se estivesse contando algo. Olhou para outros pontos da sua sala e continuou nessa conversa sem som. Tirou os \u00f3culos, que fizeram um barulho, quando os colocou em algum lugar, ali perto dele. Percebi que n\u00e3o se tratava de um problema de capta\u00e7\u00e3o de som. Porque gerou uma desconfian\u00e7a geral na sala, as pessoas pensavam que havia algum problema t\u00e9cnico. E ele continuou. Conversou, argumentou, olhando para o horizonte e para a c\u00e2mera, falou o tempo todo sem voz. Ao final, gritou sem som algum. Angustiante. Depois de 5 minutos, desfez a express\u00e3o facial e disse para todos \u201cMuito obrigado\u201d, agora com voz. Denise<\/strong>, astuta, sorriu e disse \u201cque texto interessante voc\u00ea nos trouxe\u201d. Rsrsrsrss. O Paulo<\/strong> provocou reflex\u00f5es. Quanto aprendizado, sem uma palavra. Muito bom, foi uma apresenta\u00e7\u00e3o incr\u00edvel!<\/p>\n\n\n\n O Maury<\/strong>, nosso produtor chefe, deu o ar da gra\u00e7a para dizer um oi e refor\u00e7ar \u201ct\u00e1 tudo bombando\u201d, com uma ta\u00e7a de vinho na m\u00e3o.<\/p>\n\n\n\n Na sequ\u00eancia, Adriana Bacalhao<\/strong> performou ao vivo \u201cmerc\u00fario\u201d, em homenagem a Eliane Brum. Ela, com o rosto pintado, manipulou farinha que estava em cima da mesa. Disse \u201couro, merc\u00fario, pertencimento, propriedade, propriedade …\u201d. Fez referencias \u00e0 Altamira, aos \u00edndios e ao povo da floresta. Jogou a farinha no rosto, tampando-o com p\u00f3 branco. Falou confiante \u201cT\u00f4 completamente cega, cega cega, n\u00e3o consigo ser nada. Estou cega de natureza\u201d. Solta um intenso grito soprano, toca um chocalho e mergulha seu rosto na farinha. Aplausos intensos. Adriana<\/strong> se retamou, ops, se entregou, lindamente.<\/p>\n\n\n\n Solange Rissoglini,<\/strong> animada, relembrou do livro \u201cJos\u00e9 e outras hist\u00f3rias\u201d, que lan\u00e7ou recentemente e j\u00e1 comentou aqui. Voltou para contar que, para n\u00e3o \u2018acabar\u2019 com o ex-marido, fez uma poesia para ele e a colocou na contracapa. Rsrssrs, muito bom. Come\u00e7ou dizendo \u201cRoubei para mim tudo o que era seu, os amigos, os tios, sua m\u00e3e e sua cidade tamb\u00e9m… \u201d. Que ressignifica\u00e7\u00e3o maravilhosa, Solange<\/strong>. Ela emendou com uma cena do espet\u00e1culo \u201clugar algum\u201d, que est\u00e1 preparando. \u201cO seu poema \u00e9 muito bom\u201d, Denise<\/strong>comentou.<\/p>\n\n\n\n E chegou a vez do Wallace<\/strong>, que disse \u201cA Tina<\/strong> me faz pensar em escrever. Ent\u00e3o trago aqui um primeiro experimento de \u2018Rascunho para Lilith\u2019, com a introdu\u00e7\u00e3o de uma letra de m\u00fasica do Walter Franco. S\u00e3o as primeiras linhas de uma poss\u00edvel Solo Performance\u201d. No meio do texto, falou \u201cvinho, n\u00e3o \u00e9 Maury<\/strong>?\u201d, improvisando com humor. Ah, Wallace<\/strong> como \u00e9 uma del\u00edcia ouvir sua voz, sua poesia, sua express\u00e3o. Contagia a todos. Seu solo germinou potente no Palco Aberto do FIDS.<\/p>\n\n\n\n Casa cheia, plateia quente. Para alegria geral da na\u00e7\u00e3o essencial, Davi<\/strong> anunciou mais meia hora de Palco Aberto. Uhuuuuuu! <\/p>\n\n\n\n Depois das comemora\u00e7\u00f5es essenciais por mais meia hora, Jane Virmond<\/strong> leu um trecho de \u201cDesastres de Sofia\u201d, de Clarisse Lispector, em homenagem \u00e0 Denise Stoklos<\/strong>. Em uma sala escura, com ilumina\u00e7\u00e3o apenas no rosto, Jane<\/strong> fez uma leitura segura. Denise<\/strong> elogiou a interpreta\u00e7\u00e3o.<\/p>\n\n\n\n Luciana Teoro<\/strong>, cantora e compositora de Ribeir\u00e3o Preto, pela primeira vez no Palco Aberto, leu \u201cRatos\u201d, letra da m\u00fasica que recentemente comp\u00f4s. \u00c9 um poema de protesto e arrancou aplausos.<\/p>\n\n\n\n Ana Luiza<\/strong>, produtora, entrou novamente, agora para apresentar o Cacau<\/strong>, que tamb\u00e9m convidou para esta noite. Ele \u00e9 multiartista, m\u00fasico, poeta e artista pl\u00e1stico. Cacau mostrou o seu ateli\u00ea, que fica na Rua Minas Gerais, equina com a av. Paulista, em S\u00e3o Paulo. E come\u00e7ou \u201cA lua se mistura com a fuma\u00e7a \u2026\u201d, passeando por meio de in\u00fameras obras, dialogando com o texto. Em um dado momento, pegou o viol\u00e3o e cantou uma can\u00e7\u00e3o emendada com m\u00fasica dos Tit\u00e3s. Passou por um ba\u00fa e tirou um papel embrulhado e disse \u201ca borboleta po\u00e9tica com uma mensagem\u201d. Ah, vem da\u00ed a tal borboleta, n\u00e9, Ana<\/strong>? Em um dos primeiros Palcos Abertos, a Ana<\/strong> falou \u201cqualquer hora eu mando as minhas borboletas po\u00e9ticas\u201d. Entendi a influ\u00eancia. Cacau<\/strong>tamb\u00e9m mostrou um v\u00eddeo curto que ele produziu. Dois personagens com os rostos pintados e boca com z\u00edper, \u201cplantei poemas no meio da cidade, fez brotar amor\u201d. Muito interessante.<\/p>\n\n\n\n An\u00e9sia Barradas<\/strong> mostrou dois v\u00eddeos. O primeiro \u201cN\u00e3o me provoques, s\u00f3 quero o essencial\u201d. E o outro, em uma sala, com um viol\u00e3o ao lado, ela em um canto, em p\u00e9, declama \u201cS\u00f3 tambor (\u2026). S\u00f3 quero ser tambor ecoando uma can\u00e7\u00e3o (\u2026). Dia e noite, s\u00f3 tambor. Deixa-me se tambor, s\u00f3 tambor\u201d. Textos lindos, An\u00e9sia<\/strong>.<\/p>\n\n\n\n Wilson Loria<\/strong> apresentou um v\u00eddeo com o trecho de um espet\u00e1culo, onde dele est\u00e1 com a cara pintada, de touca na cabe\u00e7a, com uma saia do tipo bailarina, tocando acordeon. Ah, deu vontade de ver mais, Wilson. Denise<\/strong> lembrou que o viu em Nova York, \u201cum espet\u00e1culo lindo em que ele tocou nosso bife no Acordeon\u201d.<\/p>\n\n\n\n Para finalizar com pau de ouro, o Davi<\/strong> leu o \u201cManifesto do Pau Essencial<\/strong>\u201d, sua vers\u00e3o do \u201cManifesto do Pau-Brasil\u201d, em refer\u00eancia aos cem anos da semana de Arte Moderna e tamb\u00e9m uma homenagem ao Teatro Essencial<\/strong>, \u00e0 Denise Stoklos<\/strong>, com cita\u00e7\u00f5es sobre a sua trajet\u00f3ria e obras. Emocionante ouvir o Davi. Empolga\u00e7\u00e3o e alegria contagiantes.<\/p>\n\n\n\n Viva o FIDS!<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":" \u00c0s 22hs, do dia 06 de maio, sextou no Palco Aberto do 2\u00ba FIDS. Com circula\u00e7\u00e3o em picos, a sala chegou a ter cerca de 40 artistas interessados em experimentar e compartilhar obras. Carolina Leopardi Bastos foi a primeira. Solou ao vivo. 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