Vamos ampliar o vigor e a vitalidade do humano que somos! (por Sarah Carneiro) - FIDS

Vamos ampliar o vigor e a vitalidade do humano que somos! (por Sarah Carneiro)

  24, Apr, 2022

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Escolher valorizar o trabalho do outro e ativar a parte alta do nosso ver, a chama do nosso sentir. Vamos por aí, eu lhes peço.

Talvez seja este o caminho da semeadura do real amor pela arte, pelo reconhecimento do que cada artista se dispõe a acrescentar ao mundo, na medida em que deixa seu rastro de beleza, criatividade e boa-venturança. 

Destinemos nossos aplausos ao compromisso que a arte tem com a transmutação. Destinemos nosso BRAVO ao que sai da alma dos seres elevados.  

Vamos ampliar o vigor e a vitalidade do humano que somos! Eis o meu, o nosso convite.

Se andam querendo forçar a prevalência da guerra, do descompasso do egoísmo e da sordidez que empaca os voos, que estejamos no mundo do lado contrário a tudo isso, que estejamos no mundo ativando cotidianamente nossa capacidade de apreciar os frutos gerados pelo teatro, pela dança, pela fotografia, pelo cinema, pela literatura. 

Saibamos apreciar a arte, a vida!

Vamos dar tempo ao tempo da beleza das coisas! 

Tudo que se opõe, hoje, à violência merece nossa acolhida. Cada pétala de sonho utópico. Cada milímetro de estética. Cada punhado de lirismo cósmico. Cada fração de gesto revolucionário. Cada palavra libertária. Tudo, absolutamente tudo que deseja evocar a nossa compaixão merece altar, flores, tapete vermelho.

Plantemos sensibilidade para colhermos alteridade! A humanidade agradece.

Um impactante espetáculo do Théâtre du Soleil e que se chama “Kanata – Épisode I – La Controverse” nasceu da admiração mútua entre a diretora Ariane Mnouchkine e o cineasta Robert Lepage. No encarte que apresenta a peça teatral, uma ode ao parentesco fecundo que se pode formar entre admiração, criação e entusiasmo.  

E eu sigo empolgadamente perguntando: o que brota quando a admiração pelo fazer do outro acontece? Que deslocamentos existenciais ocorrem quando o ego é ignorado e o senso de entrega se torna a marca dos processos criativos? Qual a qualidade da presença que oferecemos ao que o/a artista disponibiliza ao nosso olhar? O que faz a gente ser gente?

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Denise Stoklos

3 years ago

Sarah querida, que reflexão poderosa, poética, política, Estética! Muitíssimo importante, urgente! Obrigada! Beijos!

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