Arte em Ação Libertária (por Maria Prado de Oliveira)

  02, May, 2022

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Começou!…

E não poderia ser de outra forma, começou com uma mulher libertária, tal qual o Teatro Essencial caminha desde a sua gênese.

A primeira atividade do FIDS 2022 trouxe a Masterclass de Nadja
Marcin, artista performática de vídeo, cineasta e escritora, da
Alemanha, com trabalhos apresentados em várias partes do mundo.

Às 10h (horário no Brasil), de hoje (2 de maio de 2022), quem assistiu encontrou uma performer falando de ancestralidades, transe, citando Nietzsche (“Deus está morto”) e afirmando que nós assassinamos Deus.

Uma performer num trabalho forte e provocador que fala de feminismo num viés da interseccionalidade, propõe subverter sistemas opressores
e estruturas estereotipadas com provocações que tragam
desconfortos, fala que artistas como criadoras e criadores devem
influenciar políticas culturais e todas as políticas… Reflete que, embora seja quase impossível, é preciso se libertar do capitalismo… E diz que é importante cuidar de si e das outras pessoas dos seus pares, com respeito, para trocas e difusão dos trabalhos artísticos. Há Artaud, há Brecht, há Augusto Boal, há Denise Stoklos, há Nadja Marcin!

Assisti com empatia absoluta: os trabalhos, as falas, as respostas
dadas ao público no final da apresentação onde quem quisesse poderia fazer perguntas para ela.

Ainda ontem, num domingo em casa, assisti, pela sexta ou sétima vez, a “O Grande Ditador”, de Chaplin, num desses canais por assinatura. O discurso final é sempre impactante e, o que constrange a humanidade, lamentavelmente, segue atual pois avançamos pouco nessa utopia. E não é que Nadja Marcin nos trouxe também uma vídeoarte onde ela performa o discurso?

Em dias que temos que continuar convivendo com massacres de
guerras vis pelo mundo, com o terror instalado nas terras Yanomamis no Brasil, com a violência urbana extrema (incluindo feminicídios) nas cidades brasileiras, ver e ouvir Nadja Marcin na sua performance é muito importante. É fundamental fazer coro com este discurso, ainda precisamos mudar o rumo dessa prosa urgentemente!…

“(…)Os ditadores liberam-se, porém escravizam o povo. Lutemos agora para libertar o mundo, abater as fronteiras nacionais, dar fim à ganância, ao ódio e à prepotência. Lutemos por um mundo de razão, um mundo em que a ciência e o progresso conduzam à ventura de todos nós. (…),em nome da democracia, unamo-nos!”