Experimentação e processo? Temos! (por Sarah Oliveira Carneiro)

  03, May, 2022

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Marcos Americano, Cris Rezende, Davi Giordano, Fernando Lopes, Gabriela Flores, Isabelle Gusmão, Liane Roditi, Lucio Lima Jr., Marcia Fixel, Marco Antonio Moreira,
Marcos Davi, Nina da Costa Reis, Olivia Olivia, Priscila Queiroz e Priscila Rosa.

15 nomes. Múltiplos corpos. Cabeças pensantes. Ancas dançantes. Sangue desrobotizado. O fulgor como combustível. Machado de Assis em evidência. Livros de críticos e pensadores sobre sua obra espalhados e conduzindo o movimento das mãos do performer, a fala do performer, a inquietude do performer.

Cada pedacinho do que aparece na tela fazendo fervilhar o nosso peito. Provocações, tons, sons, vozes, pulsação; pés, coração, jornada, texturas; Chile, as águas do Chile, silêncio, contemplação, sexualidade, gênero; devoções, textos cortados, textos entrecortados.

Tudo reverberando no âmago da arte que liberta. Tudo navegando num oceano particularmente fértil. O vigor existe. Ganha eco a frase que diz: “a vida vai indo”. Eis uma afirmativa boa para uma tatuagem na perna. Outra pergunta emerge: “você me escuta?”.

Esta última interrogação semeia outras no campo da imaginação, tais como: “quais os eixos que sustentam a criatividade”? “Quais os delírios que minam a normatividade”? As sombras apontam para onde?” Desconfio que a mulher ramificada saiba responder, mas não sabemos se ela quer.

Mistério, espaços curtos, textos diminutos. Sonhos indefesos. Tudo é da ordem do desnudamento. Por isso, acordar os sentidos não é mais um desafio; já é realidade. Gritos (des)sufocados. Fúria e delicadeza no mesmo compasso.

Uma tesoura, um papel laminado, um rosto ali brotando. Bandeja, pedras, vassouras e o verbo “enlouquecer” conjugado em todas as pessoas do presente do indicativo.

“Eu enlouqueço, tu enlouqueces, ele enlouquece, nós enlouquecemos, vós enlouqueceis, eles enlouquecem”.