Na veia, pro dia nascer feliz! (por Tina Andrighetti)
  03, May, 2022
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Nadja Verena Marcin, a artista performática alemã que deu início ao FIDS palestrando na segunda-feira, é reconhecida internacionalmente por um trabalho que se concentra no gênero, na política, na história, na psicologia e no comportamento humano e cujas criações buscam expor as ambiguidades que retratam o potencial humano e a cultura ocidental.
Durante o Masterclass tivemos o privilégio de conhecer alguns de seus vídeos, todos muito intrigantes no sentido de nos arrancar do lugar comum e nos projetar de volta ao plano das reflexões que nunca deveriam cessar. Diariamente somos bombardeados com a violência que assola o mundo, principalmente contra as minorias. Lutamos pra não banalizá-la, mas sempre no risco de padronizarmos nossas reações. Dormência inevitável.
A artista nos mostra como a criação pode partir da simplicidade, sem deixar de ser potente no combate às violações dos direitos humanos. A estética se compõe do lúdico, de textos poéticos e de adereços artesanais para reconstruir situações que chegam ao absurdo, confrontando emoções e desencadeando mecanismos psicológicos, seja por vídeos, performance e também fotografia.
Nadja Marcin é uma artista a quem quero conhecer mais. Seu trabalho é gigante e reforça o quão importante é subverter a ordem das coisas para combatermos os poderes dominantes. E é com maestria que o faz ao representar mulheres em diferentes contextos sociais e históricos. Mas não nos enganemos, por trás de um resultado aparentemente simples, há certamente muita pesquisa e muito engajamento com os acontecimentos. É necessário tudo isso para a criação de um antídoto a toda barbárie. E com uma beleza ímpar. Ou é na veia ou nada acontece.