“… sigamos em frente, livres, livres”, Denise Stoklos, em vídeo do Emerson (por Leide Jacob)
  07, May, 2022
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Às 13hs, do dia 05 de maio, em uma maravilhosa quinta-feira, nosso Palco Aberto Matinê começou com as boas vindas da equipe de produção do FIDS.
Ana Luiza Pradella, “fiquem à vontade para por tudo para fora”. Uhuuuuu.
Camille Siston, “é um prazer estar aqui neste festival tão importante, tô aqui para o que precisar”. Opaaaaa, mando a lista depois.
Maury Cattermol: “Sejam Benvindos, o FIDS está cada vez mais bonito, é sempre um prazer vê-los. Tá um sucesso”. Tá mesmo, Maury, Parabéns!
Claudia Ramos voltou. Ebaaa. E foi a primeira. Mandou “trem das onze”, que escreveu revisitando a sua própria história, quando ela e sua mãe, diariamente, preparavam o almoço no horário adequado para que seu pai não perdesse o trem para trabalhar “o som do apito do Trem era o nosso relógio”. A história dela foi um gatilho para discussões sobre a condição da mulher, provérbios, memórias.
O Emerson, como de praxe, trouxe inúmeros de seus vídeos abordando “sensações”, com utilização de fotos manipuladas, cores alteradas, trazendo movimentos e criando outros universos. Mostrando flores, escapou uma Denise, ele disse, “opa, errei a sequência, não era essa; mas, tudo bem, sai uma flor, entra outra flor também”. O Emerson é criativo, na apresentação de seu trabalho, não perde a oportunidade de nos surpreender. E aí, mergulhou com outros vídeos da Denise. Fez uma montagem com imagens do palco, onde ela parece um fantasma, disse “o fantasma do palco, a entidade, ela está aqui, está ali, mil movimentos, além velocidade da luz, o movimento não dá conta da potência, que é tão gigantesca”.
Descrevo aqui outra montagem do Emerson, essa merece foto em destaque e um parágrafo especial. A partir de imagens do recente espetáculo “Abjeto-sujeito: Clarisse Lispector por Denise Stoklos”, ao som de “Cais”, do Milton Nascimento, a voz forte da Denise nos emociona “soprou uma pequena flama do dia. Tal como todos nós, conscientes da crise total das nossas vidas atuais, vamos agora com coragem revigorar adiante. Vamos. As portas deste teatro se abrem agora para que sigamos em frente, livres, livres, livres”. E o “livre” entra em repetição, com uma montagem potente de vídeo e fotos. Me lembrei de outro espetáculo, com um texto que traz essa ideia de abrir as portas do teatro, onde ela fala para o público sair, se não quisesse ouvi-la. Esse foi um dos únicos Palco Aberto em que a Denise não estava. Então fiquei com essa dúvida para conversar com ela. Retomo na próxima crônica.
Emerson ainda apresentou outros da Denise. Em um é uma repetição da palavra “como matar barata”. Divertido. O outro “se me pedissem um quadro da solidão, eu escolheria a fotografia de um teatro vazio”, com repetição do “vazio”. Muito potente. Ele apresentou mais dois vídeos, um com imagens da atriz Vanessa Sabá, com manipulação de cores e repetição de som, para falar de movimento. E outro com imagens diversas falando de opressão, passado e presente. Tudo muito interessante.
O Wallace chegou atrasado. E eu mandei “você e o Emerson são ‘dos que sempre’ aparecem, não podem faltar em nenhum palco aberto”.
Cristiane Moura leu trecho da introdução de “amanhã será tarde e depois de amanhã nem existe”. Contou um pouco do seu trabalho como assistente da Denise, “em Mary Stuart, atuei na técnica. Fui para São Paulo e fiquei dois anos com ela”.
Wallace, que mais tarde apresentou a Solo Performance “Comitê do sonho – [work in progress love de ‘(seja realista) peça o impossível’]” no nosso happy hour, performou um trecho de “O alfaiate voador”, um espetáculo que criou a partir de uma oficina com Denise Stoklos. Divertido e muito criativo.
Madeleine Braga mandou um vídeo com uma poesia do Baltasar Gracián, que ela produziu quando morou em um sítio. Ela é de João Pessoa. Bailarina e psicóloga, ela produz um programa na TV local ao vivo. Porém, disse ser tímida, “vou criar coragem e participar mais”.
Camille, esperta, já mandou “o nosso diretor de produção, o Maury, tem uma técnica ótima. Só tomar um vinho que a coragem vem”.
Diante da discussão sobre coragem, mostrei meu vídeo-poesia “o tempo não deixa”, que produzi durante a oficina “escritas em quarentena” com a Denise.
Diego Rbor, que no happy hour de sábado apresenta a solo performance “Sonhagora”, leu uma de suas poesias e falou de seu livro “Cabloque, um sonhador na multidão”.
Para nossa alegria, ele deixou o endereço do seu blog para a gente visitar: diegorbor.worpress.com.