Palco Aberto 7: O Teatro Essencial e seu poder de engajamento (por Leide Jacob)
  18, May, 2022
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Às 22hs, do dia 05 de maio, quinta-feira, o nosso Palco Aberto começou alegre. A Fernanda mandou “posso ir? Vou com tudo!”. Empolgada, leu um texto de sua autoria em homenagem ao Ricardo Castro e ao Paulo Gustavo. Terminou em gargalhada contagiante. Denise elogiou sorrindo também.
O Davi anunciou “Wallace na fila”. A plateia sacudiu. Lindo demais. Só dele entrar no zoom, o ambiente vibra, na expectativa do que está por vir. E ele sempre nos surpreende. Apresentou trecho de “Ame e dê vexame”, do Roberto Frente, para falar de anarquia. Revelou que a parte final do livro o inspirou na criação do “comitê do sonho”. Wallace é intenso e nos faz mergulhar com ele no texto.
Quem vem depois? Rsrsrsrs. Piadinha interna só para os presentes no FIDS ou você, leitor essencial, que me lê desde o primeiro Palco Aberto. Rsrsrsrs. Então quem, quem? Emerson, que chegou com mais vídeos curtos. Ele manipulou imagens, usou filtros, fez cortes, distorções, mudou as cores, gerou loopings, promoveu ou tirou movimentos, alterou o som e narrou suas obras assim “a beleza já está pronta”. Rsrsrsrsrs. Completou “arte sobre arte, uma coisa vira outra coisa. A arte está em toda parte. Gosto de fazer movimento do que era estático, gosto de pegar coisas que já existem e trabalhar em cima”. Apresentou o vídeo-poema “código de barra”, que diz “tudo é medido em código de barra”. Emerson explora uma imagem várias vezes, tirando de um mesmo original várias obras diferentes. E veio com mais “uma ‘Denisinha’ básica, essencial”, mostrando uma foto parada. Animado, mostrou outro vídeo da Denise em animação, como se fosse uma boneca se movimentado. E dá-lhe mais Denisinha essencial, em outro vídeo trabalhado com alterações de cores. Apresentou também uma obra em protesto contra o genocídio dos povos indígenas, em especial, os ianomâmis.
Como a Denise estava presente, pedi para ele mostrar o vídeo com “Cais”, música do Milton, aquele que ele apresentou no Palco Aberto anterior. Sim, aquele que lhe fez merecer um parágrafo inteiro e mais esse também, além da foto em destaque para ilustrar a crônica. Cê leu? Pois é, ele apresentou o vídeo de novo. Aquele lá. Rsrsrs. A Denise não tinha visto ainda, adorou, “ficou demais, o Emerson é uma coisa, um artista necessário!”.
E ela retomou essa obra do Emerson, em um comentário interessantíssimo, no outro Palco Aberto, realizado na manhã de sexta-feira. Escrevo a respeito na outra crônica, mas deixo aqui um gancho, uma questão para você pensar. Se a gente fizesse uma provinha de conhecimentos gerais sobre os espetáculos da Denise, uma ótima pergunta seria: quais são os dois espetáculos em que ela faz referência às portas do Teatro, dizendo que elas estão abertas? Resposta no próximo capítulo. Rsrsrsrs.
A Alana Rosa, confessou que tem mania de dançar. Apresentou um vídeo com imagens sobrepostas dela dançando na rua, na praça, em vários locais. Em áudio, depoimento sobre o prazer da dança, “… dance primeiramente para você”.
Paulo Friche, inspirado na performance do Wallace, leu um trecho de Mary Stuart, com uma bandeira escrita 1968. Outro trecho, com uma bandeira escrita 2022, “isso acontece todos os dias”. Muito atual.
Solange Rossignoli feliz, comentou sobre o seu segundo livro, “Jose”, que tem o nome de seu pai. Leu um poema de Carlos Drummond de Andrade. Finalizou dizendo que mandará livro para a Denise.
Adriana Bacalhao ressaltou a importância do FIDS e soltou a voz. Cantou uma música de sua autoria chamada “alagar”, em homenagem à Denise, que traz a ideia de “Morre o que nasce e renasce o que morre”, inspirada na sinfonia No 4, do Gustav Mahler. Voz soprano, forte, alternada com a poesia recitada. Potente.
Felipe Bentes leu um trecho dos agradecimentos do livro “Tudo nela brilha e queima”, de Ryane Leão, poeta preta, do candomblé, “… continuo por nós”. Como é bom ouvir mensagens de amor e afeto.
Anésia Barradas, sentada, elegante, leu Elisa Lucinda, “tributo a Luiz Melodia”. Em outro vídeo, leu “a pátria minha”, de Vinícius de Moraes. Contou que participa de um grupo de sarau e finalizou com o poema “Iemanjá”, de sua autoria, onde diz, lindamente, “É de ti que tiro forças”.
O Davi finalizou com uma homenagem ao Andre Stoklos, sobrinho da Denise, que produziu animações interessantíssimas para o FIDS. Perguntou para ela se ele estava lá com ela naquele momento. Ele é de Iratí e estava passando uns dias em São Paulo, na casa dela. Não, ele não estava. Então, o Davi veiculou um dos últimos filmes que ele produziu (foto em destaque) e, ao final, nos aplausos, como em um passe de mágica, o André aparece ao lado da Denise. Feliz, mandou “se tivesse combinado, não teria chegado a tempo!”.
Diego Rbor avaliou, “é um show a parte!”.
O André pontuou a importância do FIDS, “quando participei do primeiro, em Iratí, fiz todas as oficinas. Mudou a minha vida!”.
O Teatro Essencial tem esse poder.