Palco aberto 10: Plínio Marcos na matinê de Sábado
  25, Aug, 2022
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Às 13hs do sabadão, no dia 07 de maio, iniciou-se mais um Palco Aberto. Uma coisa é certa, do primeiro Palco até agora, a coisa esquentou para ferver.
Capítulo um. A Annabel Bells (Annabel das Neves) avisou, de cara, que estava terminando de editar um vídeo para mandar. O envio, com trocas, idas e vindas, rendeu uma jornada a parte. Apresentação. Rsrsrs.
Camille, nossa produtora, mostrou um trecho do espetáculo “Pagú para quê?”, com a atriz Gleice Uchoa, que conta a história da ativista Patrícia Rehder Galvão, conhecida como Pagú. Na apresentação, enquanto a plateia entra no teatro, a atriz já está no palco, quase pelada, amarrada por fita branca, com a boca tampada. Camille explicou que ela fica mais de 20 minutos assim e consegue se libertar.
Capítulo 2. Annabel Bells anunciou que havia mandado o vídeo de um minuto e meio. Mas não rolou. Problema técnico. A Camille, com todo o poder, mandou na lata “não, não, isso não existe aqui não”. Intriga de predestinação, plot point 1. Rsrsrsrs.
Adivinhe quem foi o próximo? Aquele sempre presente, quem? Emerson, né?! Ele chegou e já tirou “uma Denisinha Essencial” debaixo da manga. Mostrou uma imagem de captura de tela no zoom. Foto recortada e montada. Comentou “poesia meia boca que se procura no meio da correria, é assim todo dia”. Fez a narração ao vivo, engraçado. Na apresentação, comentou “separei um texto para falar, inspirado na conversa com a Denise, das portas do espetáculo”. Mandou “A revolução é um processo, portas se fecham, portas se abrem. Ninguém sai, ninguém sai (…) as portas do navio se fecharam, mas um navio tem muitas janelas. Navegamos como um grupo e agora somos instigados a sair livres, livres (…). Já mandamos um fax para Colombo, já avisamos (…). Estivemos atuando até agora disparando nossos canhões contra a tirania e opressão… “. Emerson tem a voz forte, de locutor, e se comunica fácil, com bom humor. Divertido.
Jane Virmond comentou que estava em seu escritório, na “famosa escrivaninha voadora”. Animada, leu um trecho do poema “a alma do rio”, do Plínio Marcos. A sua participação resultou em conversas sobre o autor e sua obra tão representativa para o teatro, “Eu sou o rio, a alma do rio (…). Ai de mim, alma do rio, andei entre margens…”.
Paulo Friche chegou (foto em destaque), “posso dar um recado? Ontem fiz uma pantomima. Hoje às 22hs vou apresentar o texto de ‘O galo e a arvore’”. Opaaaaa, aguardamos, Paulo. Ele aproveitou o gancho com Plínio Marcos e leu um trecho das falas de Neusa Sueli, de “Navalha na carne”.
Jane Virmond emendou com Ferreira Gullar, “Subversiva”, “a poesia quando chega …”. As trocas renderam conversas sobre os espetáculos do Plinio Marcos e muitos exemplos de como ele conseguia contemplar a realidade do povo no teatro. Com uma generosidade incrível, ele era uma pessoa muito simples. Jane contou alguns momentos que passaram juntos “ele sobrevivia das vendas dos livros, que fazia pessoalmente na rua, dizia ‘prometo morrer logo para valorizar o seu livro’, quando alguém comprava”. Que figura!
Camille colaborou, dizendo que viu a última montagem de “navalha na carne” em Niterói. E aí, ouvindo os relatos da Jane e do Paulo Friche, trouxe o conceito de “memórias subterrâneas”, do Michael Pollak, que definiu como aquelas que não existem nos livros, mas sim nas pessoas. A característica é que só quem é próximo e tem uma certa intimidade é que fica sabendo. Só quem está ao lado. Sim Camille, concordo. Essas experiências foram compartilhadas no Palco Aberto, entre nós. E agora aqui também. É a memória experimentada, vivenciada. E relatada aqui, nestes escritos. Memórias subterrâneas, presente!
E o Emerson engatou mais Denisinhas, disse “como a Leide pediu, vou mandar”. E foram inúmeros vídeos poemas, sempre com a sua narração, “solo performance é …”. Outro, com imagens em movimento, “Denisese despacha e se refaz”. Mais um, que se multiplica, se multiplica, se transforma. Outro, com a voz da Elis, “vai morrer de medo e susto, quando abrir a porta”. O ovo de Clarice reapareceu e ele narrou “o que precisamos para abrir o ovo de Clarice, procurando o ovo perdido… procurando no palco, levanta a cabeça, olha para frente para que, na magia do palco, ser refeita pelas suas próprias mãos”. Ah, Emerson, a Denisetem que ver toda sua obra, quantas homenagens lindas!
Capítulo 3. Annabel, até aquele momento, ainda estava enrolada no envio do vídeo. Trocas de telefones para cá, dúvidas para lá. Ela explicitou que não sabia se o que estava fazendo é do Teatro Essencial ou não. Todos se olham por alguns segundos. Empatia geral. Mensagens motivadoras. Risos. Mid-point. Rsrsrsrs.
Capítulo 4. A Annabel anunciou que mandou o vídeo. Ebaaaaa. Camille, procurando, “não, não recebi não”. Ahhhhh. Ficamos nessa por alguns minutos, saiu, foi, não foi, não vai dar tempo, ai, ui. Peraí. Finalmente, a Annabels revela que foi para outra Camille. Risos. Low-point. Rsrsrsrsrs.
Um p.s. no meio do texto autoral é possível? Será que a Denise vai deixar? Rsrsrsrs.
Bom, to colocando aqui. Considere um “post scriptum paragrafh” e não ou p.s. do texto inteiro, tá?
P.S.: Esse “rsrsrsrsrsrs” é risadinha minha para você, Leitor essencial. O “riso” anterior foi o que rolou no ambiente. Hahahahaha. Esse hahahaha é só para não perder a piada. Rsrsrsrs.
Enquanto todos conversavam, na tentativa de desvendar por onde andaria o vídeo, Paulo Friche, começou contagem regressiva.
Camille lacrou “a busca para resolver o problema técnico da Annabel faz parte da apresentação de hoje. Não desistimos. Deu certo”. Uhuuuuuuu.
Capítulo 5. O vídeo da Annabel foi exibido. Em um minuto apenas ela se apresentou, sem palavras. Conclusão.
Final feliz.