Palco Aberto 11: “Manifesto do Cú” lacrou o sabadão
  25, Aug, 2022
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Às 22hs, 07 de maio, o nosso sabadão ferveu. Na noite anterior, o Davi, diretor artístico do FIDS, finalizou o Palco Aberto com o “Manifesto do Pau Essencial”, causando euforia geral nesse mundão falocêntrico. Ai, ai ai. Mas, para nossa alegria, como o mundo não é só pau, sabadamos com destaque para outra parte do corpo, algo presente em todes. Chegaremos lá.
Aliás, a noite já começou quente. Camille nas “boas vindas a todes”, sem saber (só vocês, leitores essenciais, sabem, rsrsrsrs) onde desandaria nosso Palco Aberto, anunciou “lista bem rica”. Mui rica, mui.
Carolina Tomasi, citada ontem pelo marido, Saulo, o aniversariante, foi a primeira. A Carol tem um programa pelo Instagram chamado “Nas vozes delas”, onde entrevista mulheres atuantes nas mais diversas áreas. Ela, que estava com covid, isolada em casa, leu um poema que escreveu em homenagem a Rosa, uma costureira que trabalhava como escrava, sem direito a lanche, pausa, folga e férias. Uma poesia de luta, resistência.
Camille, rápida no gatilho, desejou melhoras e fez a fila andar.
Laura Lavorato, que está sempre por aqui, apresentou um vídeo chamado “Solidão expressionista”, com referencias ao Hitchcock, usando sombras e uma ambientação de terror. Camille elogiou, “onde vocês fazem estes vídeos, hein?!”
Paulo Fiche, que na manhã já tinha avisado, chegou para apresentar a outra proposta de imersão. “Ontem foi uma experiência pantomima, agora vou ler o texto de ontem, ‘O Galo e a arvore’”.
Wilson Loria comentou sobre o espaço cultural na Pompéia, onde Denise Stoklos ministrava cursos, “quando eu vim da Europa, em 2003, trouxe meu solo e estreei neste espaço”. Apresentou um trecho de sua performance e destacou a presença de Tais e Piatã, filhos de Denise, em uma das imagens do vídeo.
E o próximo? Sim, ele, o Wallace, que, generosamente, explicitou a continuidade de seus estudos. Disse “trago textos e ideias, um rascunho de ‘Lilith’, um solo em processo de criação”. Que riqueza de universos, Wallace. Sua apresentação é tão refinada que nos veio como arte final.
“Trouxe os aviõezinhos”, disse a Tina, brincando com um aviãozinho em miniatura. Emendou, “Pensei em uma criação coletiva”. Risos. Piada interna …
Veronica Artagaveytia, amiga da Perla, comentou sobre um trecho de um texto da Denise que diz “cada ser humano ocupa um lugar no espaço e este lugar é somente ocupado por este ser humano”. Fez a sua apresentação concisa e intensa. Bravo!
Márcia apresentou um vídeo, onde ela está em frente a sua biblioteca. Ao som de um tango, indo de um lado para o outro de braços abertos, inclinou-se para trás, virou para o armário com livros. De costas, se esfregou na biblioteca. Pulou. Passou a orelha nos livros. Música “Tangera”, de Fabio Hager. Márcia comentou “nasceu na pandemia, esses livros que fazem parte da minha vida, as testemunhas. A primeira arte que me salvou foi escrever e aqui foi esse encontro com o teatro”. Muito interessante.
Saulo Schwartzmann, o aniversariante de ontem à noite, apresentou “Segredo”, um clip de sua autoria, disponível no seu canal do youtube.
Solange Akierman apresentou uma paródia do hino do brasil, “… precisamos manter as forças armadas e a dita dura …”. Usou uma banana como microfone e falo, ops, falou. Ótima performance.
Solange Rossignoli leu um trecho de “Tempestade de almas”, de Clarisse Lispector.
O Emerson chegou ao vivo, sem vídeo-poesia. Compartilhou tela virada para si mesmo e começou sua narração, “artista presente”. Ops, disse “não, não, ela está se escondendo, a artista presente” e virou a câmera para a sua amiga artista, que estava ao lado. Continuou “vídeo vivo, ao vivo, de pouco tempo atrás. Me deram 5 minutos, mas eu vou em três. Quanto tempo ainda tenho para gritar amor e liberdade? Amor e liberdadeeeeeee”. Que maravilha, Emerson. Sempre com muito humor e alto astral, nos surpreendendo com suas performances, seja em vídeo, poesia ou performance ao vivo.
O tempo estava acabando, mas aí, tam, tam, tam, tam… Finalmente, novamente inspirado no “Manifesto do Pau-Brasil”, o Davi apresentou seu “Manifesto do cú”, etiquetando-o como “o único buraco do mundo universal, comum a todo mundo”, homem, mulher, transvesti, transmasculine, não binárie, todos. Segundo o Manifesto, “cabem caralhos, bananas, dedos …”. Eu, que já havia gostado do “Manifesto do pau”, amei o “Manifesto do cú”.
Agora quero o “Manifesto da vagina”.