“Dilate o meu tempo”, diz Denise Stoklos espectadora (por Leide Jacob) - FIDS

“Dilate o meu tempo”, diz Denise Stoklos espectadora (por Leide Jacob)

  05, May, 2022

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Terça feira. Nosso segundo dia de FIDS, começa com a Denise Stoklos dando a letra, dizendo o que espera de uma apresentação solo: “Que dilate o meu tempo, que eu não siga mais o cronológico entediado, que me revigore e me abra ao semelhante … Espero ver no palco algo que me mova, que me retire de onde estou e me esmurre nos âmagos da minha neutralidade, me arraste para a praça pública, que me mova para o próximo passo, que seja capaz de me surpreender e me levar a sobrevivência mais animada, mais potente e mais brilhante…”

Sentiu? Sim, nossa manhã, do dia 03 de maio, foi “uma experiência viva de crescimento”. Denise, em sua fala, potente e reveladora, nos mostra a sua ampla visão de mundo e as bases do Teatro Essencial.

Neste primeiro grupo de palestras (“A necessidade de um Festival”, “Cada novo performer nesse FIDS 2022”, “Eu Espectador” e “Responsabilidade Social”) exibidas e depois comentadas por Denise e pelos presentes, pode-se extrair conceitos, quiçá premissas, do FIDS.

“A questão da memória é parte integrante para que vamos daqui para frente”, pontua Denise. Acrescenta que no site haverá um recorte fiel do que se passou, “pontos fundamentais para reunião de pessoas em desenvolvimento”.

Essa preocupação vital com a formação do artista, colocado por Denise como “refinamento da sensibilidade”, é um dos diferenciais do FIDS. Palestras, oficinas, apresentações solos, palcos abertos, uma turbulência de ideias, saberes, acolhimentos. Tudo nos move às criações, produções. Fricciona.

O Teatro Essencial prima por uma arte engajada, voltada para as questões atuais, com empatia, amor e liberdade para se exprimir, para criticar o poder e a opressão. É um ato de resistência. A passividade não é resposta, assim como o silêncio.

O FIDS é o fazer, o realizar, o agrupar-se, “o testemunho é um rito dos mais necessários e não podemos fugir”, aponta Denise, que não exime a responsabilidade do espectador, “A contemplação aqui também é ação”. Fricciona.

“Esperamos que este festival traga mais que estética, mas a responsabilidade de fazer o sentido da arte, da existência, que é o que cada obra se arrisca a propor… Aplaudamos o jovem que se inaugura em engajamento perpétuo”, recepciona feliz os artistas presentes.

Viva o FIDS, viva Denise Stoklos!