Palco Aberto com homenagem a Milton Santos (por Leide Jacob) - FIDS

Palco Aberto com homenagem a Milton Santos (por Leide Jacob)

  06, May, 2022

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Às 22hs, do dia 04 de maio, quarta-feira, o Palco Aberto foi aberto, diria, escancarado, com trocas (que novidade!) de figurinhas, leia-se textos. Cristiane Moura lembrou que foi aniversário de nascimento do Milton Santos, um dos maiores intelectuais do Brasil, falecido em 2001. Camille, produtora do FIDS, rápida no gatilho, sugeriu a leitura de “A natureza do espaço”.

Mingo apresentou o vídeo “Fricção”, mais uma homenagem à Denise (que novidade! Rsrsrs). Ele vestido de preto, ao fundo branco, folheando livros e mais livros, em mímica. Denise adorou. Eu também.

A Perla, sempre presente, desta vez chegou atrasada e, boiando, pediu para repetir a “Fricção” domingo, ops, do Mingo. Ela tem créditos, pode pedir o que quiser.

A Camille, que, além de produtora do FIDS, pesquisa sobre a invisibilidade da mulher no samba, está produzindo o V Encontro Nacional e Internacional de mulheres na roda de samba, mapeado em 41 cidades, 9 países e 3 continentes, envolvendo toda a cadeia produtiva. Explica que a sua pesquisa termina abordando o “risoma” e fez um paralelo com o FIDS, no sentido da multiplicidade. Leu trecho de um texto de Deleuze e Guattari. Esse conceito de “risoma”, raízes, é muito ilustrativo, quando pensamos em terra, solo, solo performance. Bela contribuição, Camille.

Enquanto a Annabel Bells, que se autodenominou analógica, resolvia questões técnicas com a produção, assistimos novamente o vídeo da Perla, o “esperando o FIDS”. Vídeo muito potente mesmo. Annabel entrou por outro celular, invadiu o palco do FIDS com o seu intagram e assim ficamos por alguns poucos minutos. A Ana Luíza, da produção, mandou “Annabel, você consegue tirar a sua tela do palco?”. Rsrsrsrs. Poxa, nem deu tempo de ver algum segredo. Rssrsrsrs

Nessa confusão boa, o Wallace avisou “já, já, eu entro, tô terminando aqui”. Esse é outro que tem créditos no FIDS.

A Ana Luíza, que nos salvou dos segredos da Annabel, já havia adiantado no Palco Aberto anterior, que mandaria suas “borboletinhas poéticas” em breve. Chegou a hora. Ela já produziu o Cacau, músico, poeta e artista plástico. Atualmente trabalha no “Sou 1 de 11 milhões de trabalhadores da cultura”, associação nacional que foca no desenvolvimento dos profissionais da área. Ela leu uma poesia do Cacau, do livro “olho d’água”. Ao final “… escolha o seu caminho. Só existem dois, o da verdade ou da mentira, otário”. Disse que estava nervosa. Muito articulada, enganou bem, garota. Ela deixou o instagram, que faço questão de replicar aqui para todos seguirem. Eu já estou. https://www.instagram.com/sou1de11milhoes/

Cristiane Moura, antes de ler o texto do Milton Santos, comentou sobre a oficina da Rita Clemente, especificamente sobre o conceito de “vocabulário”, que eu achei incrível também. Rita considera tudo vocabulário e a ampliação deste repertório enriquece os solos. Eu realizei a sua oficina, vou escrever a respeito, tá na lista aqui. Cristiane leu o texto sugerido por Camille e terminou dizendo “vou preparar coisas legais para vocês”. Queremos, Cris. Eu e a torcida toda. Mas não ficou só nisso, ela logo puxou um “parabéns” para o Milton Santos.

Vladimir Castilho apresentou um interessante teste visual com cabeças de bonecos que produziu (destaque na foto).

Cleide Vilela, que na quinta se apresenta no happy hour depois do Wallace, leu um dos textos que escreveu para o livro “Voos Essenciais, palavras arregrais”, editado em 2021, pela Luminosa Produções Artísticas, produzido pela Maria Prado de Oliveira, que também faz parte do corpo de escritoras do FIDS.

Wallace, em resposta ao pedido da Luiza Fillus (feito no 3o Palco aberto, na noite do dia 03 de maio), leu “Fogo na Babilônia”, que apresentou no Palco Aberto em Iratí, no primeiro FIDS. Luiza comentou “É tão bom ver os jovens engajados. Ele está bem focado no teatro essencial, né, Denise?”, que respondeu “sou fã dele”.

Diego Rbor subiu ao palco e disse “eu vim porque realmente é o teatro essencial”. Emendou “Onde estão os ianomâmis?”, tocou um instrumento indígena. Leu “As cinzas das horas”, Manuel Bandeira

Paulo Friche, em mímica, lendo um livro de Denise Stoklos, outro, mostra os programas dos espetáculos, volta a ler, sorri, pensa, aprecia, tira óculos, põe óculos. Joga o livro. Volta a ler e grita olhando para a câmera “É ela, eu tô aqui vendo elaaaa. Não acredito que é ela mesmo, isto é maravilhoso. Me achei. Beijo na boca, publico sempre. Beijos denise Stoklos”. Arrancou aplausos.

Marco Antonio leu “Antes solo do que mal acompanhado”, letra de música do tipo slam, rap, que diz “Cade meu trampo que preciso para comprar o meu feijão”. É um trecho do espetáculo de palhaçaria, de sua autoria.

Luiza Fillus contou que a Denise é a maior personalidade artística de Iratí. Mas agora tem outro famoso, o Leonardo Bora, carnavalesco da Acadêmicos do Grande Rio, escola que teve o Exu como tema de seu desfile e foi campeã do carnaval deste ano. Ela ainda acrescentou que ele é doutor em letras e que é dele a carteirinha número um do cineclube de Iratí.